27 de agosto de 2013

cabelo, cabeleira, cabeluda, descabelada!


Hoje vi uma reportagem falando em como as meninas vêm assumindo seus cachos e volumes no cabelo. Achei bem legal porque na  verdade durante muito tempo me vi em um grande embate com meus cabelos.
Desde bem pequena me lembro da minha mãe reclamar de meus cachos e volume de cabelo. Para ir a escola poderia ser confundida facilmente com uma oriental, não pela textura do cabelo, mas pelos olhos puxados de tanto esticar a “Maria Chiquinha” ou mesmo o rabo de cavalo, assim garantia umas três horas de cabelos domados.
Invariavelmente eu finalizava a volta para casa com os fios da frente se soltando e o desespero me invadindo, afinal já estaria eu descabelada novamente. Em todas as fotos da escola apareço com uma bela coroa de cabelos em pé ao redor da cabeça.
De tudo foi passado na minha cabeça com intuito de melhorar a aparência do cabelo. Minha cabeça parecia uma mesa de degustação:  Maionese, banana amassada, azeite, babosa (agora aloe vera), tudo que se falava minha mãe passava. Sem falar na gelatina incolor no lugar de gel. Ainda bem que minha infância não foi na era da internet, assim as receitas se restringiam as dicas de beleza da vizinha ou, no melhor das hipóteses, de alguma revista feminina.
E outra, algumas vezes, como eu resistia aos inúmeros puxões pela escova de cabelo, lembre-se que as cerdas eram duras e nada flexíveis como  as de hoje, como “punição” ganhava de presente um corte “Joãozinho” a  navalha no barbeiro.
Cremes alisantes??? Muitos! Ganhei até uma transformação de um cabeleireiro famoso no RJ, que transformava bruxinhas em princesas. Uma grana custou isso, mas nada se comparava a ser realmente uma princesa (leia-se aquela que acorda com os cabelos no lugar).
Não culpo minha mãe por nada disso, acho sim que isso era uma cultura na época e poucas pessoas se sentiam a vontade em ir contra ao que o mundo gritava como correto e padronizado.
Enfim... cresci e mantive meus cabelos ora muito curtos, ora puxados para trás em um imenso rabo.
Veio o “BUM” dos cabelos lisos sem sacrifício, progressiva, formol, definitiva e mil outros nomes... confesso que aderi por algumas vezes, mas aquilo não me parecia confortável e aos poucos fui criando coragem de dizer NÃO! Não a ser essa brasileira nascida com uma chapinha nas mãos, que enfrenta chuva molhando os corpo e pegando pneumonia, mas jamais deixando os cabelos molharem.
Eu já fiz muita coisa nessas madeixas: mega hair, trança afro, curto, longo, loiro ou preto azulado, mas respeitando meus doces cachinhos, me respeitando.

Hoje, gosto de lavar meus cabelos, passar um creme de perfume agradável e deixá-los secar ao vento, transformando-se ao longo do dia, assim como eu, iniciando a manhã comportada e jurando organização e finalizando o dia alvoroçada e embaraçada esperando um novo recomeçar.

25 de agosto de 2013

Lamento...
por quem acha que possuir significa apresentar seus bens materiais;
por quem pensa que ser esperto é "passar a perna" em quem está próximo;
por quem deixa de procurar quem verdadeiramente o ama (em qualquer circunstância);
por quem mente achando que nunca será descoberto, pois a pior mentira é a que você esconde de você mesmo;
por quem deixa de apreciar o belo na correria do dia;
por quem não tira o lado bom mesmo da situação mais difícil da vida;
por quem não se deixa ficar de pernas para o ar, mesmo quando parece que tudo ao redor está de pernas para o ar;
por quem não grita, mesmo quando tudo ao redor parece em silêncio;
por quem não percebe que esse mundo é uma passagem.

Aprecio
quem possui sabedoria e paz interior, os verdadeiros bens;
quem  é solidário;
quem ama o próximo, mesmo que ele não lhe dê em troca algo material;
quem é verdadeiro, mesmo que as consequências não sejam as melhores;
quem sabe olhar a vida com raios de luz;
quem da risada das mazelas da vida;
quem se permite não fazer nada e nada deixa de fazer;
quem mesmo com um olhar sabe se fazer ouvir;
quem sabe ser feliz mesmo que tudo em algum momento parece escuro.

Karina Moschkowich